CONET discute as mudanças e os desafios do transporte no último semestre

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CONET discute as mudanças e os desafios do transporte no último semestre

Nesta quinta-feira, 4 de agosto, a Fetrancesc participou do primeiro dia da segunda edição CONET&Intersindical 2022, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo. O evento contou com a presença de grandes empresários e personagens importantes do Transporte Rodoviário de Cargas, para abordar as perspectivas do segmento e refletir sobre o cenário dos custos com combustíveis nos próximos meses.

Na cerimônia de abertura, após a apresentação do Hino Nacional, o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, agradeceu pela presença de todos os participantes e ressaltou: “É uma grande alegria e agradecemos a Deus por, após dois anos e meio, retornarmos ao evento presencialmente”.

Antes de adentrar aos temas programados, Pelucio aproveitou para destacar alguns pontos que ainda demandam das entidades de classe: “A implementação do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e), o Tanque Suplementar e o problema do Seguro Obrigatório do TRC estão presentes em nossa organização. Também estamos iniciando este mês com diversas demandas no modo ‘participação social’, junto à ANTT, para Vale Pedágio Obrigatório, o Transporte Internacional de Cargas – TRIC – e a implementação do novo RNTRC”.

“São diversos temas que as nossas entidades, sob o ‘guarda-chuva’ da nossa entidade maior, a CNT, temos de nos manter unidas para sugerir, sempre que possível, sugestões de melhoria para o setor”, finaliza o presidente.

Em sequência, Eduardo Rebuzzi, presidente da sessão de cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), representando o presidente Vander Costa, seguiu: “Agradeço por estar presente neste tradicional evento da NTC, realizado duas vezes por ano, com todos que atuam no segmento, defendendo o que é de direito e fazendo com que as atividades do transporte se desenvolvam. Aproveito para parabenizar todas as mulheres pelo trabalho que estão realizando para ampliar o setor.”

Após, Carlos Panzan, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (Fetcesp), entidade anfitriã, evidenciou a questão da capacitação de profissionais para o segmento: “O SEST SENAT vem trabalhando muito para isso e nós, das entidades, temos que valorizar como ele é importante para a qualificação profissional. Contudo, acredito que devemos trabalhar muito mais nas nossas entidades e nas nossas empresas para reverter essa escassez e incluir a participação de mulheres na condução de veículos”.

Panzan conclui: “Nós firmamos um acordo aqui no Estado de São Paulo, com o apoio da NTC, da CNT e do Governo, em que o SEST SENAT de São Paulo está treinando 14 mil pessoas que estão fora do mercado de trabalho. É muito importante para o nosso setor”.

O Secretário Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz, abordou a aprovação do Senado sob a Medida Provisória (MP 1112/2022), que destina recursos para renovar a frota brasileira de ônibus e caminhões. “Precisamos investir em infraestrutura, pois isso agrega em curto prazo e movimenta cerca de 60% da economia”.

De acordo com o presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, os temas abordados foram muito relevantes. “Assistimos palestras sobre sustentabilidade, tecnologias, em que destacaram a importância de ter ações estruturadas para minimizar os impactos, a necessidade da renovação de frota, expectativas para a economia brasileira e a evolução dos custos do setor de Transporte Rodoviário de Cargas”.

Para o vice-presidente da Fetrancesc, Riberto Lima, o evento foi muito produtivo. “Um público de qualidade, com pessoas realmente interessadas nos problemas do TRC e que puderam sanar dúvidas e fazer colocações. Tivemos a reunião da Câmara Técnica da NTC onde discutimos sobre legislação, o Governo Federal também comentou sobre andamento das obras, projetos, Documento Eletrônico de Transporte (DT-e) e tantos outros assuntos de suma importância.”

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas da Região Amurel (Setram), Norberto Koch Mendes, “o setor precisa buscar alternativas para minimizar a emissão de carbono e fazer investimentos para essa redução para os próximos anos. Além disso, a chave que abre a porta da competitividade do Brasil, em relação ao mundo, é o investimento em infraestrutura”.

A coordenadora do núcleo da região Sul de Santa Catarina, Priscila Zanette, ressaltou que a COMJOVEM Nacional enfatizou o compromisso que tem com o sistema, as entidades, o setor em geral e considerou o momento importante para networking e aprendizado.

Palestras

Camilo Adas, Presidente do Conselho da SAE Brasil, retratou como as mudanças climáticas estão atingindo níveis preocupantes no mundo, e quais métodos estão sendo desenvolvidos para mudar a descarbonização da mobilidade no país por meio da substituição dos veículos convencionais para elétricos.

“No Brasil, em média, 16,2% das emissões de CO² vêm do setor de transporte. Precisamos pensar no que iremos fazer para isso mudar no futuro, uma vez que a matriz intermodal brasileira tem forte influência diretamente no setor rodoviário. A estratégia para diminuição das emissões são os avanços dos veículos elétricos, biocombustíveis ou combustíveis renováveis”, diz Adas.

Logo após, Thiago Angelis, economista do Banco Bradesco, analisou detalhadamente sobre o panorama da economia brasileira e internacional. “A economia global enfrenta diversos desafios, com a inflação elevada desde 2020. Quando a inflação está elevada, os bancos centrais aumentam as taxas de juros, e isso está acontecendo devido às altas tensões do conflito no leste europeu, porém as perspectivas para 2023 são de desinflação na economia, com o Banco Central reduzindo os juros.

Thiago complementa: “Entretanto, já estamos observando desde o primeiro semestre uma economia brasileira bastante resiliente, com um cenário que se beneficiou muito com a reabertura plena da economia, e notamos que o setor de serviços teve uma recuperação forte, bem maior que as perspectivas feitas lá atrás pelos economistas”.

Por fim das palestras, o Assessor Técnico da NTC&Logística, Lauro Valdivia, explicou sobre os custos do transporte rodoviário de cargas, por meio do índice de variação do Índice Nacional de Custos dos Transportes INCT, que mede a inflação do setor.

“Nos últimos 18 meses, a variação dos principais insumos aumentou. Os veículos subiram, em média, 42%, o custo de mão de obra 12,5% e o combustível dobrou em relação ao ano anterior, chegando a 104%. Mas isso também depende de como esses veículos operam, é muito difícil afirmarmos um número que representa o setor como um todo. Quando analisamos os veículos pesados, como o rodoviário, que consome muito, o predomínio do custo é o combustível”.

Lauro termina: “É importante observar que estes valores do INCT se referem apenas à inflação dos últimos 12 meses, não reflete a defasagem do frete que não só persiste, mas é reflexo do aumento fora do normal dos insumos pós-pandemia”.

Finalizando o primeiro dia da segunda edição do CONET&Intersindical 2022, Gildete Menezes, secretária do CONET e assessora jurídica da NTC&Logística, apresentou aos convidados o Comunicado CONET.

Ao encerrar o primeiro dia de atividades, foi feita a foto oficial do evento com todos os participantes e outra com as mulheres.

O CONET&Intersindical é uma realização da NTC&Logística e terá como entidade anfitriã a Fetcesp, como patrocinadores a ABTLP, a Lindoya Verão, a Iveco, a Mercedes-Benz, o Setcesp, e a Volkswagen Caminhões e Ônibus, apoio do Setcapp, Setcar, Setcarp, Setcarso, Setcata, Setrans, Sindecar, SindEtrans, Sindetrap, Sindbru, Sindicamp, Sindisan, Sindivapa, apoio logístico da Braspress e apoio institucional da CNT/SEST SENAT/ITL e da Fumtran.

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