Principais riscos e características da carga frigorificada

Principais riscos e características da carga frigorificada

A perda ou comprometimento de uma carga durante seu transporte é a principal preocupação de embarcadores e transportadoras. E quando falamos de produtos ou mercadorias perecíveis, como é o caso da carga frigorificada, temos diversos riscos e normas que exigem cuidados específicos durante todos os processos da operação.

Alimentos como carnes, laticínios, hortaliças, bebidas, alguns tipos de químicos e remédios são exemplos de cargas que necessitam estar refrigeradas, ou seja, precisam ser mantidas sob temperatura ideal constantemente para conservar suas qualidades essenciais, do carregamento até o seu destino final. No entanto, falhas ocorrem, e isso é um problema comum.

Para se ter ideia, uma pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apontou que aproximadamente 14% dos alimentos produzidos para consumo global são perdidos durante o armazenamento e transporte. No caso de frutas e vegetais, o índice supera 20%.

Por isso, normativas como a NBR 14701 preveem as responsabilidades de cada parte envolvida na operação de transporte de cargas refrigeradas. Considerando toda cadeia de produtos refrigerados, a norma indica requisitos como:

  • Estocagem: a câmara frigorífica deve manter a temperatura do produto sempre no valor desejado, ou mais baixa, com o mínimo de variação. Para isso, devem ser feitas frequentes medidas, preferivelmente com registradores ou instrumentos que monitorem continuamente a temperatura.
  • Deslocamento, carga, descarga e transporte: Deve sempre ser realizado por equipamento (onde os caminhões frigoríficos são mais frequentes Brasil) capaz de manter a temperatura do produto no valor desejado.

É obrigatório que a carroceria frigorífica tenha sua temperatura interna reduzida e estabilizada pelo período de 15 minutos antes da entrada do produto, além de possuir instrumentos para registro contínuo da temperatura do ar interno e indicador desta temperatura durante o transporte.

O processo de carga e descarga das carnes deve ser realizado da maneira mais rápida possível, evitando, assim, o aumento da temperatura da carga decorrentes de atrasos na carga/descarga ou falhas logísticas. Ainda, o compartimento destinado ao transporte da carga deve estar seco, livre de aromas ou odores e sempre em boas condições de higiene e limpeza.

Os principais riscos no transporte da carga frigorificada

As perdas no transporte de cargas frigorificadas se dão por diversos fatores, sejam eles comuns ao transporte de cargas em geral ou específicos ao tipo da carga. Podemos destacar:

  • Roubo de carga

Dados da Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que de janeiro a agosto de 2021 foram 4.131 ocorrências de roubo e furto de cargas no Estado. Isso representa uma alta de 4,71% em relação a igual período de 2020.

Outro relatório, intitulado BSI and TT Club Cargo Theft Report 2021, mostrou que cargas como alimentação e bebidas são as mais visadas por criminosos no Brasil, ocupando 41% das ocorrências.

Por terem alto valor e fácil revenda, são comuns os casos como o deste caminhão carregado com peças de carne, com a carga avaliada em R$ 72 mil, que sofreu o ataque de assaltantes que, levaram a mercadoria e atearam fogo no caminhão, causando perdas à carga e ao veículo.

  • Falha mecânica

Outro ponto de atenção está na manutenção do veículo, da estrutura que garante o acondicionamento da carga, bem como o treinamento da equipe para identificar e prevenir perdas.

Recentemente, a mídia deu destaque aos prejuízos durante o transporte de medicamentos, diante da urgência gerada pela pandemia. Como este caso ocorrido em Minas Gerais, com a perda de quase 10 mil doses de vacina contra a COVID-19 durante seu transporte devido a uma falha no equipamento que registrava a temperatura das caixas que armazenavam a carga.

  • Embalagem e manuseio

A responsabilidade do transportador começa no carregamento até a entrega no destino final. Por isso, entender as necessidades especiais da carga, quais cuidados para manter o resfriamento adequado durante seu manuseio e até mesmo verificar se a embalagem fornece a segurança ideal durante todo o período em que estiver sendo movimentada.

O transportador tem direito, inclusive, de recusar ou propor outro tipo de empacotamento para a carga que não possui embalagem adequada, ou, ainda, quando o acondicionamento possa trazer danos no veículo ou ponha a saúde das pessoas em risco. O transportador pode também recusar cargas que não possuam documentação exigida por lei ou que tenham sua comercialização ou transporte proibido.

  • Atrasos

Em geral, atrasos durante uma entrega prejudicam o embarcador de diversas formas. Mas quando falamos de transporte de mercadorias frigorificadas, especialmente quando são perecíveis, os atrasos podem significar o comprometimento total da carga.

Falhas no veículo, problemas logísticos e até mesmo rotas impedidas ou congestionamentos são os principais fatores que geram atrasos durante uma entrega. Por isso, planejar a viagem e contar com recursos de rastreamento são algumas medidas que ajudam a prevenir essa situação.

  • Acidentes

Por fim, podemos destacar também os riscos com acidentes, comum ao transporte de cargas rodoviário, seja ela qual for. De todos osacidentes em rodovias federais do Brasil registrados em 2020, 17,6% envolveram caminhões.

De acordo com o estudo “Acidentes Rodoviários – Estatísticas Envolvendo Caminhões”, realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), a ocorrência de acidentes é potencializada por diferentes fatores: humanos, veiculares, institucionais, socioeconômicos e ambientais.

Prevenir prejuízos com a perda da carga por motivo de acidentes, atrasos, roubos, ou falhas mecânicas envolve estratégias de gestão de riscos, que incluem ações de cuidados com o veículo, capacitação dos motoristas, auditorias periódicas, planos de resposta durante um incidente e o seguro para a carga.

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Fonte: Zattar

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